Links internos e SEO: os 9 erros mais comuns

Os links são parte fundamental em um trabalho de SEO. O conjunto de estratégias que visa construir uma estrutura de links, tanto internos quanto externos, é chamado de Link Building. 

Algumas pessoas ainda acreditam que fazer link building é trabalhar apenas com links externos. Porém, deixar de criar uma estratégia de links internos, que são recursos que temos em nossas mãos é um grande erro. Links internos tem muita força sim. E ao longo deste artigo eu vou falar da importância deles e de como algumas técnicas fáceis de aplicar são negligenciadas na hora da otimização.

O papel do link interno em SEO

Antes de começar a falar dos erros que mais encontro nos sites em que trabalho, vou começar explicando como o link interno ajuda no SEO.

O buscador do Google foi programado para varrer a internet através de links. Ao encontrar um link em uma página, o robô de busca vai acessar aquele endereço e rastrear seu conteúdo. É dessa forma que novas páginas são descobertas e indexadas. 

Além disso, o Google atribui uma nota para cada página, que antigamente era conhecido como Page Rank. Essa nota é calculada com base nos links que apontam para uma URL. A quantidade e a qualidade importam nesse cálculo. 

Ou seja, links determinam como o site vai ser rastreado e ainda contribuem para aumentar a relevância das páginas. Você consegue perceber a importância dos links agora?

Os erros mais comuns

Esses nove erros que vou listar foram observados em projetos de SEO em que trabalhei nos últimos sete anos. Foram mais de 50 sites analisados e otimizados, com dezenas de testes e resultados bons e ruins. O que quero dizer com isso? Que você não está vendo apenas mais uma listinha na internet. Vamos lá?

1- Repetir o mesmo link

Frequentemente recebo conteúdos para publicar nos meus blogs como estratégia de link building. Dependendo da negociação permito dois ou três links por texto. Porém, é muito comum receber conteúdos com um mesmo link repetido várias vezes ao longo do texto.

O que a maioria das pessoas não sabe é que o robô de busca não considera links iguais na mesma página. Isso quer dizer que não adianta eu colocar dez links em um texto apontando para a mesma página do meu site. Seria o mesmo que ela receber apenas um. 

Quando eu permito três links em um guest post nos meus blogs e a pessoa repete o mesmo link três vezes, ela apenas deixou de ganhar link para outras páginas importantes do seu site.

2 – Não usar texto âncora

Apesar de alguns estudos indicarem que o contexto e o conteúdo próximo ao link ajudam o Google a compreender o assunto daquela página, usar a URL como link é um erro.

Texto âncora, para quem não sabe, é o texto linkado. Isto é um texto âncora, por exemplo. E o que está escrito no link é importante para o SEO.

É claro que o texto âncora já teve mais força no passado, mas ele ainda tem um papel importante. Você pode não ter percebido, mas quando uma página não tem conteúdo na tag “title” do HTML, na maioria das vezes o Google utiliza algum texto âncora que encontra nos links para exibir nos resultados de busca.

3 – Não corrigir links quebrados

Esse é um problema muito comum em sites grandes ou muito antigos, que possuem muito conteúdo. É alguma URL que muda, um link externo para uma página que não existe mais, alguma configuração na plataforma que altera a estrutura dos links, enfim, muitos são os motivos que causam os links quebrados.

Chamamos de links quebrados aqueles que apontam para uma URL que não existe, gerando o famoso erro 404.

Nos meus projetos eu sempre utilizo uma ferramenta como o Screaming Frog para fazer uma varredura periódica no site e identificar links quebrados. Quando encontro algum, logo atualizo para uma URL existente. Assim, evito frustrar os usuários que clicarem e também os robôs de busca do Google. Além, é claro, de aproveitar para gerar um link interno para uma página que realmente existe.

4 – Formatação: link tem que parecer link

Isso é consenso entre profissionais de SEO e Usabilidade, os links devem ser facilmente identificados. Evite tirar o sublinhado ou deixar links da mesma cor do texto. 

Dependendo da quantidade de links isso pode até mesmo ser considerado black hat pelo Google, pois vai contra as diretrizes do buscador. 

Caso você esteja formatando os links para que eles não apareçam, lembre-se do conselho dessa velha (nem tão velha assim) amiga que vos fala: Se um link precisa estar escondido, então ele não deveria existir. Certo?

5 – A localização do link importa

Links têm valores diferentes dependendo de onde aparecem na estrutura geral da página. Os links de rodapé, por exemplo, tem pouquíssimo valor. Isso porque o Google sabe que no rodapé, geralmente, há aqueles links básicos de contato, desenvolvedor do site, etc.

Na prática, não há muito mérito em ter uma página linkada em um rodapé. Muito diferente de um link dentro de um post em um blog, por exemplo. Se uma página é mencionada dentro de um texto, entende-se que ela é uma fonte de mais informações, de algo que vai agregar ao conteúdo.

Os links nas barras laterais também não tem um peso muito grande para SEO mas são importantes para a navegação e usabilidade, pois usuários costumam procurar por páginas e categorias nessas seções. Portanto, equilibre entre SEO e experiência do usuário, até porque cada vez mais essas duas áreas trabalham juntas.

O que muitos profissionais ainda não fazem é utilizar links interessantes para o usuário dentro do conteúdo, respeitando o contexto e oferecendo mais informações. Além de aumentar a retenção dos usuários, ajuda o mecanismo do Google a correlacionar as páginas.

6 – Link em imagem sem os atributos alt e title

Uma regra básica de otimização para buscadores é usar os atributos alt e title no HTML das imagens. Dessa forma, facilita-se a compreensão dos robôs de busca sobre o conteúdo das imagens.

O que acontece, muitas vezes, é uma soma de erros. Uma imagem sem os atributos e com link para um conteúdo. Então, além de não fornecer informação sobre a imagem, você deixa de passar informação também sobre o link. É como não usar texto âncora – explicado no item 2 – pois o Google não terá nenhuma informação textual para associar a este link.

Nos links em imagens o atributo alt faz o papel do texto âncora, por isso nunca deixe de otimizar as imagens. Ainda mais se elas servirem como link para alguma página.

7 – Links em JavaScript

Esse foi um grande problema enfrentado pelos profissionais de SEO no começo dessa brincadeira toda. Lá no início os sites eram carregados de JavaScript, inclusive nos menus cheio de efeitos. Porém os robôs de busca só rastreiam HTML, e toda aquela informação dinâmica que era exibida via JS ficava invisível para os buscadores.

Há muito tempo que isso já evitado por desenvolvedores e plataformas. Mas, às vezes, ainda encontro esse problema em alguns projetos e, por isso, vale a pena ressaltar: não faça links com JavaScript! Tudo que você puder fazer em HTML puro, faça.

8 – Muitos links na mesma página

Outro erro comum na linkagem interna é o exagero. Sempre falo para donos de blogs que devem usar o link no meio do conteúdo como um recurso inteligente, mas muitas vezes vejo textos poluídos de links, chamadas fora de contexto ou que atrapalham o fluxo da leitura.

Existe também a questão técnica, de que quanto mais links em uma página, menor vai ser o valor deles no quesito link building. Mas não gosto de me apegar muito a isso. Acredito que o foco deva ser o conteúdo e a experiência do usuário e, de forma sutil, usar os links como um reforço para o SEO.

9 – Linkagem focada em Google

Da mesma forma que links demais atrapalham mais do que ajudam, links muito forçados também prejudicam. Vou dar um exemplo para ficar mais claro.

Você tem um artigo importante e quer priorizá-lo nas estratégias de SEO. Aí em todos os novos artigos que são publicados, um link para aquele conteúdo importante é inserido. Seu blog como um todo começa a ter dezenas de links para ele, vários desses links acabam sendo colocados fora de contexto e não são interessantes para o leitor. Ou seja, você parou de pensar no usuário e focou somente no SEO.

Mantenha os radares ligados para aproveitar oportunidades que possam ser boas para SEO. Mas evite aplicar técnicas que possam afastar os usuários do seu site.

O trabalho de linkagem interna é importante e deve ser pensado em conjunto com desenvolvedores, redatores e profissionais de usabilidade. Quando usamos links de forma estratégica os usuários permanecem mais tempo consumindo o conteúdo e o Google consegue rastrear e atribuir um peso mais justo a cada página. Essa deve ser a mentalidade. Comece a revisar seus links internos hoje mesmo.